Governo de Pernambuco: Estado de Derrota e a culpa é de Raquel Lyra
- Raul Silva
- 14 de mar.
- 4 min de leitura
Enquanto a governadora Raquel Lyra se apresenta como a arquiteta de um novo horizonte para Pernambuco, com discursos que beiram o lírico e a promessa de transformação radical, a realidade do estado se revela num cenário de profundo descaso e inércia. A narrativa oficial, adornada com gráficos que atestam a suposta queda nos índices de violência e melhorias na gestão dos serviços públicos, esconde o verdadeiro fado de um governo que, embora se vanglorie de ser visionário, não consegue materializar as transformações necessárias para sanar os problemas estruturais do Estado.

Nas palavras ensaiadas e nos discursos carregados de metáforas e castelos de palavras, a governadora tenta pintar um quadro de progresso onde escolas se erguem, hospitais prosperam e a segurança pública alcança patamares inéditos. Porém, essa construção narrativa se desfaz diante do testemunho doloroso dos cidadãos pernambucanos. Em bairros das periferias e em centros urbanos, as escolas vêm “caindo” – não em sentido literal, mas na medida em que a infraestrutura deficiente, a falta de investimentos e a negligência sistemática transformam o ambiente escolar em um espaço de abandono e risco. Hospitais, por sua vez, que deveriam ser templos de cuidado e esperança, frequentemente deixam de atender adequadamente, refletindo uma administração que prioriza discursos retóricos em detrimento de ações concretas.

A segurança pública, um dos pilares que a gestão pretende fortalecer, torna-se, na prática, um eco distante. Os dados oficiais, muitas vezes apresentados com otimismo forçado pelo SDSPE, contrastam com o cotidiano de violência que permeia as ruas. Furtos, assaltos e crimes violentos continuam a se multiplicar, enquanto os cidadãos se veem desamparados por um aparato policial sucateado e desprovido dos recursos prometidos. Servidores públicos, por sua vez, sofrem diariamente as consequências de uma gestão improvisada, onde a retórica não se traduz em políticas eficazes e onde a promessa de uma "transformação real" permanece inalcançável.
É nesse contexto que se revela a ironia do tempo: enquanto o governo ensaia discursos de mudança e inovação, o Estado se afunda num mar de omissões e falhas históricas. Se a política fosse um poema, o governo Lyra seria uma ode inacabada – repleta de rimas bonitas e promessas sedutoras, mas desprovida do conteúdo sólido e necessário para sustentar as necessidades urgentes do povo pernambucano. Cada estatística otimista, cada declaração de sucesso, soam como um eco distante que tenta mascarar a dura verdade: a realidade é de um estado em constante derrota, onde a administração se mostra incapaz de conciliar a retórica com as demandas de um povo que clama por mudanças estruturais.
A análise que se encerra neste post não se destina apenas a retratar um cenário de críticas e frustrações, mas constitui um apelo urgente à renovação e à responsabilidade governamental. Pernambuco precisa urgentemente sair do jogo duplo das narrativas – onde palavras sedutoras mascaram uma gestão que falha em agir – e adotar uma postura de ação resoluta, pautada na transparência, na competência e no respeito aos direitos dos cidadãos e dos servidores públicos.
Para que se inicie uma transformação real, é imprescindível que a administração passe da retórica para a prática, implementando reformas estruturais que atendam às demandas crônicas de educação, saúde e segurança. É necessário investir de forma consistente na reestruturação da infraestrutura escolar, garantindo que as instituições de ensino não se convertam em espaços de risco, mas sim em ambientes que promovam o desenvolvimento e a cidadania. No setor da saúde, a urgência de reverter o descaso é sentida diariamente: hospitais que frequentemente deixam de atender com a devida qualidade devem ser revitalizados, equipados e administrados com foco na efetividade do cuidado.
No campo da segurança, a promessa de modernização dos órgãos – especialmente a Polícia Civil – precisa ser acompanhada de medidas concretas, com a destinação de recursos adequados e a implementação de políticas que verdadeiramente reduzam os índices de criminalidade. A população pernambucana, que vive diariamente sob o peso do medo e da vulnerabilidade, merece uma gestão que não se oculte por trás de números abstratos, mas que responda com ações efetivas e reparadoras.
Além disso, as vozes da sociedade, representadas pelos sindicatos, movimentos sociais e cidadãos organizados, clamam por uma administração que se baseie no diálogo e na responsabilidade. Servidores públicos, que carregam o fardo de um sistema negligente, e cidadãos, que experimentam a insegurança e a falta de serviços essenciais, precisam ser ouvidos. A renovação do Estado depende, em grande parte, de uma mudança profunda que não se resuma a discursos poéticos, mas que se materialize em políticas públicas que transformem a realidade.
É fundamental que a governança de Pernambuco reconheça a complexidade dos problemas que enfrenta e abandone o jogo duplo das narrativas ilusórias. A transformação real exige que as promessas de mudança se traduzam em investimentos palpáveis, em políticas estruturais e, sobretudo, em uma cultura de responsabilidade que ultrapasse as fronteiras dos discursos políticos. Somente assim Pernambuco poderá deixar de ser um estado em estado de derrota e emergir como um exemplo de renovação e eficiência na gestão pública.
No entrelace de palavras e promessas, o governo de Raquel Lyra se vê preso em um labirinto de ilusões e inércia – uma retórica encantadora, repleta de discursos líricos e castelos de promessas, que, no entanto, não se traduz em ações concretas para transformar o cotidiano dos pernambucanos. Enquanto a governadora se exibe como a visionária capaz de remodelar o futuro do Estado, a realidade, implacável e crua, revela um Pernambuco que, dia após dia, se afunda mais fundo no descaso e na negligência.
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